Hoje é sexta-feira, está um dia bonito, já dei uma espreitadela aos jornais online e já decidi sobre quem vou deitar o meu veneno - o governo, pois então !

Eles, os escribas, pobres coitados, bem se esforçam em se pôrem em bicos de pés mas têm sido mais notados como demoníacos do que propriamente para aquilo que todos nós, pelo voto ou pelo silêncio, os pusémos lá.

Qualquer pessoa com um pingo de vergonha na cara já se teria retirado de cena em benefício da não total degradação da sua imagem mas eles, eles não, eles só vêem à frente o tal tempo de comissão necessário para ter acesso à reformazita que, entretanto, outro correlegionário tratou de a pôr a contento, e então depois sim senhor, fazem as malas e vão para as Bahamas descansar das atribulações governativas. Coitados, como são esforçados !

Bom, mas hoje o veneno vai direitinho para a legislação anti-tabágica (?) tal é a inconformidade de conceitos.

Eu sou um ex-fumador de há longos anos ( cerca de 30 !) mas nem por isso deixei de apreciar, não o cheirinho do fumo, mas antes o teatro do fumador !

Fumar um pensativo cigarro, no dizer da hipálage de Eça de Queiroz, é algo que tem as suas características tranquilizadoras em alturas extremamente stressantes e eu fui uma testemunha priveligiada dessa sua acção terapêutica .

O que ponho em causa são as diferentes deliberações legais perante o reconhecido mal tendo em vista o "local do crime" .

Porque raio é proibido ( e bem !!!) fumar nos autocarros, nos aviões, nas empresas públicas, etc. e depois é deixada ao critério do proprietário a sua autorização quando estamos a tentar saborear um peixinho grelhado ou mesmo uma bela feijoada ?

Será que neste ambiente o cigarro não faz tanto mal ?

Cá para mim é tudo uma questão de tomates, não na sua versão hortaliçeira mas sim na mais prosaica manifestação de não cedência a interesses instalados.

Tenho dito !