"Amarradas a berços imundos, amontoadas sobre as estruturas de camas sem colchões, cobertas por um manto negro de insectos, desidratadas, em pele e osso, 24 crianças iraquianas esperavam apenas a hora da morte quando foram descobertas há 11 dias num orfanato de Bagdad.Uma unidade da 82.ª Divisão Aerotransportada descobriu estas crianças, todos rapazes com idades dos três aos 15 anos, abandonados em algumas das salas de um orfanato público para deficientes na capital iraquiana no passado dia 10. A maioria estava nua e alguns encontravam-se num quarto interior, sem janelas ou qualquer meio de ventilação. Em contraste, o gabinete do responsável e outras zonas do edifício encontravam-se limpas, arrumadas, com tapetes no chão, ar condicionado a funcionar. O local era vigiado por cinco funcionários, três mulheres e dois homens, que no momento em que as tropas chegaram ao local, cozinhavam tranquilamente as suas refeições. O responsável é um psicólogo, cujo nome não foi divulgado, ligado a outro orfanato onde, segundo a televisão americana CBS que divulgou a notícia, é muito respeitado. Este terá sido detido, segundo um porta-voz oficial iraquiano.Um dos aspectos escandalosos da situação com que se depararam os americanos no orfanato de Al-Hanan é que não faltavam nem equipamento nem roupas ou alimentos para as crianças. Assim como não faltavam berços novos em folha e os respectivos colchões ainda embrulhados. As crianças tinham sido deliberadamente abandonadas para definhar.Para se certificarem que as crianças ainda se encontravam vivas, um soldado fez ressaltar no chão uma bola de basquetebol para descobrir se alguém respondia ao som. "Uma das crianças ergueu um pouco a cabeça, procurou fixar a sua atenção em volta, antes de voltar a deitar-se no chão", explicou ontem à AFP o coronel Christopher Reeve, porta-voz do exército americano.Os 24 rapazes até há poucos meses estavam num orfanato misto, onde trabalha o responsável do Al-Hanan, quando foi decidida a transferência. Segundo a CBS, ninguém no primeiro local sabia identificar o responsável pela decisão.Há aspectos estranhos nesta tragédia, sendo que um deles é o facto de Al-Hanan não estar sujeito a supervisão governamental, apesar de, por outro lado, as autoridades de Bagdad garantirem o seu abastecimento em alimentos. Existem listas com indicações específicas dos alimentos, como leite e carne, entregues em Al-Hanan.Chamados de imediato ao local, várias equipas médicas fizeram um diagnóstico sombrio, segundo a reportagem da CBS, dando a entender que muitas das crianças poderiam não sobreviver. Um dos casos era particularmente crítico. Diz um soldado, citado pela televisão americana: "apenas o víamos a mexer os olhos, tinha o corpo coberto de moscas, que entravam e saíam da boca, do nariz, das orelhas", passeando pelos olhos e nas feridas do seu corpo.Ninguém acreditava que viesse a sobreviver. Mas sobreviveu ele e os restantes 23 rapazes. A situação foi denunciada pelos responsáveis do bairro onde se situa o orfanato às autoridades e aos militares americanos. As televisões iraquianas mostraram imagens da macabra descoberta, acompanhadas das declarações do ministro do Trabalho e Assuntos Sociais, Mahmud Mohammed al-Radhi, que acusou os americanos de manipularem o sucedido. Para o governante iraquiano, só o facto de os jovens estarem naquela instituição, ter-lhes-ia permitido continuar a viver. Por que, segundo ele, todos sofriam de graves deficiências e tinham sido abandonados na rua. Para a jornalista da CBS que apresentou a reportagem, a conclusão foi algo distinta: "as crianças devem ter parecido sub-humanas para os funcionários do orfanato as tratarem assim".
Este é uma relato já denunciado ontem nas televisões e hoje transcrito no DN.
Eu ofereço-me para dar o 1º tiro entre os olhos do responsável !
Alguém está disposto a seguir-me ou prefere apelar ao conceito que todos os homens têm direito a uma segunda oportunidade ?
2 Comments:
E o 2º tiro será meu !!!
Mau...então onde está esse Catolicismo...? OLhe que ainda volta a passar cheques de 499 Euros outra vez...
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