terça-feira, junho 19, 2007


Não faço ideia nenhuma àcerca do nível de desenvolvimento que existe no Azerbeijão mas o Mãe estou Aqui ! parece-se muito com o português o que me leva a pensar que, extrapolando para outros horizontes culturais, seremos parecidos. Pr'o melhor e pr'o pior.

O tema aeroporto de Lisboa continua a encher espaços televisivos mais num registo anedótico, vexatório, inconsequente do que numa perspectiva séria e conclusiva. Por acaso acho-lhe graça.

Hoje, ao fim da tarde, a televisão abriu o debate à maltosa que se dana por mandar umas bocas em directo, e o churilho de putativas opiniões sobre a melhor solução para o projecto deu azo a verdadeiros banhos de sabedoria de empirismo feita, merecendo o registo do kurwasapertadas.

Se dúvidas houvesse, essas foram pura e simplesmente desfeitas de que somos um povo onde abundam os treinadores de bancada.
Sabemos de tudo !
Eles eram bancários reformados, empregados de mesa em hora de descanso, funcionários públicos, professores primários, ajudantes de farmácia, enfim, filósofos de literacia de polichinelo.
A melhor solução ? Portela e mais 1, dizia o consulente.
O senhor que acabou de falar não percebe nada disto, diria o 2º espectador-telefonante. Está-se mesmo a ver que em Alcochete é que tem as condições ideais !
Qual quê, seu fascista, avançava um 3º, na Ota é que sim pois aquele monte que lá existe será cortado e a pista surgirá sem toda aquela movimentação de terras de que se fala para enganar o povo !
Entretanto aparece uma chamada de um comandante da TAP que explicava uma noção que Mr. La Palice não faria melhor. Dizia ele que quando conversava com amigos que não percebem nada de aviões nem de aeroportos , fazia-os supôr que eram donos de um restaurante que serve em média 100 almoços diários mas que todos os anos, no dia 1 de Janeiro, é solicitado por 200 clientes a quererem almoçar e que por isso não vai fazer obras de ampliação para ficar todo o restante ano com uma taxa de ocupação underquoted.
Ai que d'el rei ! soltou o próximo tele-espectador. Ainda ontem estive num congresso da UGT onde ouvi falar outros aviadores a dizerem exactamente o contrário do que disse esse comandante ! Deve estar vendido esse comandante ! Então não se está mesmo a ver que a Portela não dá ?

A real complexidade de que nós, os burros, nos apercebemos quando se tenta estudar uma obra deste quilate, está por demais demonstrada e percebe-se que é duma mescla interdisciplinar imensa que surgirá a solução e daí, a resolução. Esta, pode ser mais ou menos política, mais ou menos protectora da ave de bico amarelo que passa naquela zona, mais ou menos aqüífera, implantada em maior ou menor deserto mas uma resolução altamente técnica. E é sobre a parte técnica que esta gaijada se pronuncia doutamente ! Não há pachorra !

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