domingo, fevereiro 11, 2007



Estamos entendidos ! Dos 8.000.000 de votantes que somos, manifestaram-se favoráveis ao sim no referendo apenas 2.600.000 e isso deu motivo a alarves manifestações de vitória dos seus correligionários.

Para mim isso é despudor, arrogância, prepotência e sei lá que mais.

Faço votos agora que, pela inoperância estrutural do nosso sistema, as mulheres não tenham " Horror às Núvens" que podem estar a desenhar-se sobre as suas lícitas aspirações no direito à saúde.

Pela minha parte, não contribuí para o carácter não vinculativo do referendo !

A bem da moral, abulam-se os 50% necessários à vinculação dos resultados ! É o mínimo !

2 Comments:

Blogger MANUEL BANCALEIRO said...

Caro António Matos

Em primeiro lugar quero-lhe agradecer o comentário que deixou no meu bolg e dizer-lhe que é neste conflito de ideias, conceitos e convicções, por vezes, até mesmo antagónicas que se encontra o equilíbrio entre a lógica e a razão fundamental para a vivência em sociedade. E é, com base no respeito por estas regras que nenhum de nós deve ter a presunção da detenção da verdade absoluta.
Em segundo lugar,e apesar da consideração, que é muita, quero manifestar-lhe o meu mais profundo desacordo com o que escreveu, tanto na forma como no conteúdo em relação a este tema tão controverso como inibidor, que é além do mais um flagelo : O Aborto.
Prezado António Matos, tudo me leva a crer que não leu as publicações no blog manuel-bancaleiro.blogspot.com, com os títulos: ABORTO – REFERENDO DESNECESSÁRIO e INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ, porque se o tivesse feito e com todo o respeito pela sua opinião, não afirmaria que os meus textos estão contaminados de manipulação. Não há, ninguém mais a favor da vida do que aqueles e aquelas que lutaram até a exaustão pelo fim desta vergonhosa humilhação a que a mulher portuguesa se encontrava subjugada – a criminalização de um sofrimento físico e psicológico… um drama profundamente social. Estranho muito no seu blog não ver qualquer referência a este drama social. Como sabe, até neste contexto a descriminação é profunda…e quanto às causas dessa descriminação, também aí, não vi da sua parte qualquer comentário. Como deve saber, a problemática da interrupção voluntária da gravidez, está muito a montante do acto doloroso em si.
Somos o País da Europa dos 15, com a maior precariedade no trabalho, com os rendimentos mais baixos, onde mais de 750 mil portugueses não têm médico de família, onde muitas das entidades empregadores impõem às mulheres em idade fértil a condição para a renovação do contrato de trabalho o não ficarem grávidas durante a vigência desses contratos, somos um país com mais de meio milhão de desempregados, onde muitas das vezes o único sustento da família é o salário da mulher… É aqui, que estão a maior parte das as causas que levam a mulher a esse acto doloroso …e não nos affaires a que faz referência no seu blog. Claro que o aborto não deve ser encarado como método contraceptivo. O Planeamento Familiar é a resposta. O aborto deve ser apenas a última das últimas dramáticas soluções…
À oito anos atrás o NÃO ganhou o referendo, com mais de 62% de abstenção… E ele, foi ou não foi vinculativo? O que alterou??... o que mudou após esse referendo? Rigorosamente nada, tudo ficou como estava. Então podemos afirmar que politicamente ele foi vinculativo. No caso do ultimo referendo, a participação dos eleitores foi muito superior, a diferença de votos entre o SIM e o NÃO, também foi enorme e a favor da IVG, por isso não estou a ver qual a dúvida quanto a ser ou não vinculativo. Em democracia respeita-se a vontade do povo …e a maioria dos votantes votaram SIM .
Um abraço
Manuel Bancaleiro

5:09 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Porque no blog www.kartingdomatos.blogspot.com os textos entram sem apreciação prévia do blogger ( admito que possa ser um erro )andava preocupado por não saber, ao fim de 2 dias, qual teria sido o fim do post que lhe deixei por não ter tido qualquer feedback. Felizmente não se perdeu e, creia, foi com grande satisfação que recebi a sua reacção, o que lhe agradeço.
Tenho para mim aquela máxima de que da discussão surge a luz e daí, não será o facto de manifestarmos vozes dissonantes sobre um tema que nos melindramos ou perdemos a razão.
Serve isto para dizer que de igual modo rejeito muitas das suas observações por não configurarem a melhor verdade relativamente ao ( pouco ) que escrevi sobre o tema ABORTO.
Vamos por partes :
1º - De facto não li nada mais do seu blog além do texto de 1ª página com exortações ao voto SIM;
2º - Uma 2ª leitura que queira ter a paciência de fazer ao que lhe escrevi servirá para deduzir que houve alguma precipitação no seu comentário uma vez que, ao dizer que o seu texto estava eivado de manipulação a favor dum lado da questão era isso mesmo ! Aquele texto e não qualquer outro !
DIA 11 DE FEVEREIRO VAMOS TODOS VOTAR SIM
Dia 11 de Fevereiro o seu voto conta!! Não fique em casa!!!
Vá votar!!!
Vá votar SIM !!!

Não basta depois dizer NÃO SE DEIXE MANIPULAR !

Então isto não é manipulação ?

Bom, o meu blog não tem pretensões intelectualistas como é bom de ver, mas também deve ser lido e interpretado com clareza e honestidade intelectual. Em parte alguma disse outra coisa que não fosse consentânea com uma grande humildade em reconhecer a incapacidade de optar por um dos lados do problema.
Perante a dúvida ( e na convicção que o meu blog não tem, nem pretende ter a exposição do seu ) optei por dinamizar diálogos que me pudessem ajudar na deliberação. Entretanto ia vendo o que se passava nos media.
Os argumentos eram, de parte a parte, absolutamente desprovidos de convicção e de capacidade de persuasão. Excepção à intervenção do prof. Machado Vaz que, apelando ao SIM, fê-lo de maneira criativa, esclarecedora, civilizada.
Prós e contras, esses, foram verdadeiras montras de vaidades inconclusivas !
Quanto ao argumento de que se há 8 anos o referendo foi como foi então podemos agora concluir da característica vinculativa do actual, parece-me menor e pouco inspirador. Parece uma birra !
Termino não com o apelo a estatísticas, ou ao rol ilimitado de causas que podem estar na origem dum aborto mas sim dizendo-lhe que vivi de perto situações de aborto de mulheres minhas conhecidas pelo que SEI DO QUE FALO !
Conheço o drama da indecisão !
Conheço o drama de a mulher querer aquele filho e as condições da vida não lhe terem permitido !
Conheço o drama da mulher que opta por deixar desenvolver a gravidez e depois ter-se visto a braços com as dificuldades inerentes à discriminação !
Eu conheço essas realidades ! Não me custa creditar que também as conheça de perto e não fale apenas pelo diz-que-disse daí que me tenha insurgido com a veleidade que por vezes tomamos na vida de que somos senhores da verdade. Pelos vistos o meu amigo é-o pois taxativamente apela ao voto numa determinada facção.
Afinal em que ficamos ?
Em democracia respeita-se a vontade do povo …e a maioria dos votantes NÃO VOTOU !

7:39 da tarde  

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