terça-feira, maio 22, 2007

É por demais evidente a razão inversa da beleza com o estatuto de pertença ao chamado jet set nacional.
Isto leva-nos a conjecturas filosóficas sobre os conceitos de beleza por um lado, e de jet set por outro.
Tudo bem espremido, porém, resulta num cenário jucoso, brejeiro, menor e confrangedor.
Dir-se-à que quem assim fala só o faz por maledicência, dôr de cotovelo, pretenciosismo ou mesmo por sentimentos e posturas aristocráticas nada consentâneas com o circo montado.
Nada de mais errado!
Hoje sou convocado pela conjugação dos astros, a reflectir sobre a razão última que justifica a primeira afirmação deste texto dando assim azo à resolução da dúvida metódica que me consporca o espírito e me sobressalta as noites.
Não será, concerteza, necessário dissecar todos os especimens nacionais para fundamentar tal teoria.
Comecemos por esse mito da era paleolítica que dá pelo nome de Lili. Essa mesmo !

Com a ajuda da evolução da medicina em geral e da genética em particular, conseguiu a ciência vasculhar as pregas da Lili e estudar os efeitos dos ácaros ( pertecentes à classe dos aracnídeos e à ordem acarina ) e dos seus primos carrapatos ou carraças quando devidamente aconchegados nas mais recônditas entranhas das múmias.
São, de facto, demolidores esses efeitos e trazem ao hospedeiro ( Lili ) a necessidade de tudo fazer para demonstrar à sua estirpe social que a Mãe Natureza se teria incompreensivelmente desleixado impossibilitando do gozo da apreciação daquela obra d'arte todos os seus acarneirados súbditos.
Claro que, tal como o hipopótamo necessita da presença duma avezinha parasita para lhe ir debicando as orelhas afim de o libertar doutros bicharocos mais pequenos, também as Lilis se munem de semelhantes quejandos ( parasitas) não tanto para a libertar de outros melgas mas sim para os captar e fazer deles o seu meio publicitário por excelência - imprensa côr de rosa.
Esticada para cima, repuxada para baixo, espartilhada pelo meio e aí temos o exemplar fóssil que começou agora a ficar inchado nas beiças e com evidente falta de elasticidade.
Julgo que este caso é o paradigma da tão propalada doença-da-pele-curta que se evidencia pelo descontrolo gástrico quando se fecham os olhos.


Por manifesta noção democrática no que às quotas de representatividade diz respeito, observemos agora um outro exemplar, este do Plioceno, o Australopithecus de St. Antoine des Chevaliers ( perto de Loures) - o White Castel.
Botoxiado da cabeça aos pés, mandou a decência que passasse ao lado de uma pequena excrescência que lhe apareceu entre as pernas fazendo juz à existência de um novo conjunto de meninos-elas para gáudio das Lilis deste país
(Capa da National Geographic Novº 2006)
possibilitando-lhes, assim, umas amenas tardes de toma de chá entre gritinhos histéricos na ausência de verdadeiros machos que lhes ensinassem a prostrarem-se de quatro e a implorarem zaragatoas fálicas a bem da sobrevivência das revistas del corazon.

Perante o cenário, resta-nos também implorar que os tempos vindouros possam pôr côbro a estas e outras anomalias sociais e possibilitem que, para se redimirem, se ofereçam como moeda de troca das crianças raptadas as quais só pecaram por serem demasiado bonitas e inocentes e desprotegidas.

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